Vencedor de três prêmios Jabuti, um dos principais nomes da literatura brasileira faleceu hoje no Rio de Janeiro aos 78 anos
O escritor carioca Sérgio Sant'Anna, um dos maiores autores em atividade no país, morreu na madrugada deste domingo (10), aos 78 anos, em decorrência da Covid-19. Ele estava internado desde o domingo (3) no hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua irmã Sonia Sant’Anna através do Facebook.
Sérgio Sant'Anna: escritor faleceu hoje (10) aos 78 anos (Daniel Ramalho/Reprodução) |
De acordo com seu filho, o também escritor André Sant'Anna, o pai vinha melhorando e saindo da sedação, mas teve uma parada cardíaca nesta madrugada.
Conhecido pela experimentação formal, ele transitou e foi elogiado por seu trabalho em diversos gêneros, mas era celebrado principalmente como um dos grandes nomes do conto brasileiro, ao lado de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.
Mesmo com a idade avançada, chamava a atenção o fato de Sant'Anna continuar não só produzindo, mas mantendo a qualidade à altura de sua obra pregressa. Seu último livro inédito foi "Anjo Noturno", de 2017.
Foto: Ricardo Borges/Folhapress |
No ano passado, ele, que era advogado de formação, completou 50 anos de carreira literária. Sua estreia foi em 1969, com o livro "O Sobrevivente", uma edição do autor paga com dinheiro emprestado de seu pai. Com a obra, ganhou uma bolsa em um programa da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, voltado para escritores.
Vencedor de três prêmios Jabuti, três vezes o APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e uma vez o prêmio da Biblioteca Nacional, o autor teve suas obras traduzidas para o alemão, francês, italiano e tcheco.
Entre seus livros mais famosos estavam obras como "Confissões de Ralfo", "Um Crime Delicado, "O Concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro" e "O Homem-Mulher", entre outros. Sua obra é publicada pela Companhia das Letras.
Ninguém andava mais indignado com o estado fascista das coisas do que Sérgio Sant’Anna. Mestre da ficção, perguntava como chegamos à realidade bolsonarista. Lá se foi o artista do conto brasileiro, como em um voo na madrugada, vítima de coronavírus. Descanse em paz
— xico sá (@xicosa) May 10, 2020
Meus queridos, o Sergio se foi. Depois a gente se fala mais. É tão estranho saber que não vou mais ver aquele que...
Publicado por Sonia Sant'Anna em Domingo, 10 de maio de 2020
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