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'Rosa Tirana', filme do diretor poçoense Rogério Sagui, estreia na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

O filme "Rosa Tirana", produzido e dirigido pelo poçoense Rogério Sagui, estreia em grande estilo, ao participar da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, um dos mais importantes festivais de cinema do país. O longa-metragem, filmado no interior da Bahia, conta com a participação do ator José Dumont e tem também Elba Ramalho em sua trilha sonora.

Foto: Divulgação

"Rosa Tirana", que será exibido na "Mostra Aurora", dia 25 de janeiro, às 20h, conta a história da menina Rosa, que, em uma terra banhada de sol, durante a maior seca que o sertão nordestino já viveu, mergulha em uma longa travessia pela caatinga árida e fantasiosa, em busca de um encontro com Nossa Senhora Imaculada, a rainha do sertão. Com um tom perspicaz, a trama é envolvida por um amálgama de fatores que, na aridez da paisagem retratada, torna-se fertilizante para a compreensão do drama humano, a partir do olhar da pequena protagonista.

Maior evento dedicado ao cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país, a Mostra de Cinema de Tiradentes apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais – uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.

Trata-se de um programa audiovisual que reúne as manifestações da arte numa programação cultural abrangente oferecida gratuitamente ao público que prevê a exibição de mais de 100 filmes brasileiros, promove homenagem, oficinas, debates, mostrinha de cinema, exposições, shows musicais, performance audiovisual, encontros e diálogos audiovisuais e atrações artísticas.

O público poderá conhecer a atual produção audiovisual brasileira de onde ele estiver – esta é vantagem da 24a Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 22 a 30 de janeiro de 2021, em formato online no site www.mostratiradentes.com.br. Uma seleção de 114 filmes (entre longas e curtas-metragens), de 19 estados brasileiros, reúne o que há de mais recente na cinematografia brasileira contemporânea apresentando a diversidade e a pujança criativa do setor, mesmo em cenário adverso de pandemia e de dificuldades financeiras para os profissionais da área nos últimos dois anos.

SELEÇÃO DE FILMES

MOSTRA AURORA

"Rosa Tirana" - Foto: Divulgação

Mostra Aurora, dedicada a filmes de realizadores com até três longas-metragens, conta com produções inéditas em circuitos de festival. De estética fortemente inventiva e realizados com poucos recursos, os sete trabalhos são: “Açucena” (BA), de Isaac Donato; “Oráculo” (SC), de Melissa Dullius e Gustavo Jahn; “Rosa Tirana” (BA), de Rogério Sagui; “Kevin” (MG), de Joana Oliveira; “A Mesma Parte de um Homem” (PR), de Ana Johann; “O Cerco” (RJ), de Aurélio Aragão, Gustavo Bragança e Rafael Spíndola; e “Eu, Empresa” (BA/MG), de Leon Sampaio e Marcus Curvelo. Todos vão ser avaliados pelo Júri da Crítica e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros da Mostra. Leia mais aqui.

MOSTRA OLHOS LIVRES

Mostra Olhos Livres se notabiliza pela diversidade de olhares e formas e por não ter conceitos fechados ou critérios uniformizantes. Consolidou-se como uma mostra competitiva que esboça um panorama mais amplo de algumas das proposições mais instigantes do cinema contemporâneo brasileiro, em vários casos de títulos ou realizadores com alguma repercussão prévia em eventos de cinema de alcance nacional ou internacional. Em 2021, os selecionados são: Irmã” (RS), de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes; “Amador” (GO/MG), de Cris Ventura; “Subterrânea” (RJ), de Pedro Urano; “Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!” (MG), de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero; “Rodson ou (Onde o Sol não Tem Dó)” (CE), de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra; e “Voltei!” (BA), de Ary Rosa e Glenda Nicácio. 

MOSTRA TEMÁTICA | VERTENTES DA CRIAÇÃO

Mostra Vertentes da Criação se apropria do conceito central do evento este ano, que tem por base a percepção de que o cinema brasileiro se reconfigura constantemente nas circunstâncias impostas a ele e nas inquietações de criadores que constantemente revigoram as formas do fazer. Para isso, os curadores selecionaram cinco títulos que dialogam diretamente com a temática: “#eagoraoque” (SP), de Rubens Rewald e Jean-Claude Bernardet; “Agora” (PE), de Dea Ferraz; “Entre Nós talvez Estejam Multidões” (MG/PE), de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito; “Negro em Mim” (SP/MG/BA/PE/PA), de Macca Ramos; e “Pajeú” (CE), de Pedro Diógenes.

Completam a relação do recorte temático os curtas “Uma Noite sem Lua”, de Castiel Vitorino Brasileiro; “Filme de Domingo”, de Lincoln Péricles; e “República”, de Grace Passô.

MOSTRA PRAÇA

Apesar de o contexto da pandemia impossibilitar a realização presencial do tradicional Cine-Praça, uma das atividades mais queridas da Mostra, a programação será mantida com o mesmo perfil de títulos de diálogo popular e imediato, desta vez exibidos no site da Mostra. Os selecionados do ano na Mostra Praça são: “Swingueira” (CE/BA), de Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula; “Mirador” (PR), de Bruno Costa; “Sementes: Mulheres Pretas no Poder” (RJ), de Éthel Oliveira e Júlia Mariano; “Mulher Oceano” (RJ/SP), de Djin Sganzerla; e “Todas as Melodias” (RJ), de Marco Abujamra.

Há ainda a sessão de Curtas na Praça, com filmes de menor duração apresentados em conjuntos que dialogam temática e esteticamente entre os selecionados.

MOSTRA HOMENAGEM

Também exclusiva de 2021 é a Mostra Homenagem dedicada à multiartista Paula Gaitán, celebrada nessa edição por sua contribuição ao cinema e ao audiovisual nas últimas décadas. A Mostra vai promover um encontro virtual com a cineasta e exibir 8 de seus trabalhos mais representativos: os longas “Diário de Sintra” (2007), “Exilados do Vulcão” (2013), “Noite” (2014), “Luz nos Trópicos” (2020)o videoclipe “A Mulher do Fim do Mundo” (com Elza Soares)e três filmes inéditos – o curta “Ópera dos Cachorros”, o média “Se hace camino al andar”“Ostinato”, filme de abertura da Mostra, na noite de 22 de janeiro, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

MOSTRA SESSÃO DA MEIA-NOITE

Uma novidade de 2021 é a Sessão da Meia-noite, que vai exibir dois longas-metragens de terror dirigidos por cineastas reconhecidos mundialmente por seus trabalhos no gênero: “O Cemitério das Almas Perdidas” (ES), de Rodrigo Aragão; e “Skull – A Máscara de Anhangá” (SP), de Kapel Furman e Armando Fonseca.

MOSTRA FOCO

A Mostra Foco, composta por 11 títulos, conta com três linhas de aproximações entre os curtas-metragens: filmes que pensam a catástrofe, a destruição e o colapso do mundo, tratando sobre em que medida isso se conecta a uma crise generalizada da política institucional e de um projeto de país; filmes que borram fronteiras entre o real e o imaginário, o que existe de possível na concretude das vivências e o que há de criação do impossível no campo da imaginação; e enredos de distopia, com alegorias que aludem ao presente, pensam os processos históricos e apontam possíveis futuros. São eles: “4 Bilhões de Infinitos”, de Marco Antonio Pereira; “A Destruição do Planeta Live”, de Marcus Curvelo; “Abjetas 288”, de Júlia da Costa e Renata Mourão; “Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci; “De Costas pro Rio”, de Felipe Aufiero; “Drama Queen”, de Gabriela Luiza; “Eu te Amo, Bressan”, de Gabriel Borges; “Lambada Estranha”, de Luíza Marques e Darks Miranda; “Novo Mundo”, de Natara Ney e Gilvan Barreto; “Preces Precipitadas de um Lugar Sagrado que não Existe Mais”, de Rafael Luan e Mike Dutra; e “Ratoeira”, de Carlos Adelino.

MOSTRA PANORAMA

Já a Mostra Panorama contém especialmente curtas de realizadores com trajetórias já reconhecidas no cinema contemporâneo brasileiro ou com alguma circulação prévia em eventos de audiovisual no Brasil e no mundo. “Mas também selecionamos na Panorama curtas de jovens realizadores que estão se aventurando nas ficções em diálogo com os códigos do cinema de gênero e outros que estão buscando diferentes processos de criação dentro do documentário”, destaca a curadora Camila Vieira. São 26 filmes que formam um retrato dessa produção muitas vezes errante, devido aos obstáculos enfrentados pelos realizadores, mas que está sempre se consolidando como espaços fundamentais de expressão e que se mostram mundialmente como instantâneos das possibilidades do formato e da linguagem.

MOSTRA FOCO MINAS

Os nove filmes da Mostra Foco Minas trazem um sobrevôo na vigorosa produção contemporânea no estado. Realizadores iniciantes e experientes elaboram traumas individuais e coletivos, subjetividades e identidades em gestos que vão da representação direta à dimensão fabuladora, apontando possíveis saídas pelos caminhos do imaginário.

MOSTRA FORMAÇÃO

Dedicada inteiramente aos filmes realizados em escolas e faculdades, as sessões da Mostra Formação evidenciam a potência e a efervescência criativa da juventude brasileira, que mesmo em tempos e condições tão adversas consegue propor experimentos e narrativas inventivas, que traduzem seu tempo e seus iguais. Nesta edição, nove filmes criam um panorama da produção de vários cantos do país.

MOSTRINHA, MOSTRA JOVEM E SESSÃO FAMÍLIA

Dedicadas ao público infantil e juvenil da Mostra de Cinema de Tiradentes, as sessões Mostrinha e Jovem apresentam narrativas ficcionais nos formatos de animação e live-action. Para as crianças, cinco curtas trazem histórias lúdicas e educativas. Para os jovens, três curtas narram dramas com personagens em processo de amadurecimento para a vida adulta.

Para as famílias assistirem juntas, a Mostrinha conta esse ano com uma Sessão Família com o longa-metragem infantojuvenil “Passagem Secreta” (PR), de Rodrigo Grota, que mostra a jornada de uma garotinha ao descobrir segredos de sua própria família quando entra escondida num parque de diversões.

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