O programa conta com uma biblioteca, mediação de leitura, doação de livros, atividades recorrentes da Flipinha e FlipZona e apoio pedagógico durante o ano todo. Em 2019, a Biblioteca Comunitária Casa Azul ganhou o Prêmio IPL - Retratos da Leitura, na categoria Bibliotecas
Para além da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece uma vez por ano e reúne escritores e leitores durante cinco dias ocupando a cidade, o Programa Educativo, dirigido por Belita Cermelli, tem por objetivo promover a inclusão comunitária e o diálogo intercultural por meio das artes e da literatura durante todo o ano em atividades que ocorrem na Biblioteca Comunitária Casa Azul, desde 2005, em ambiente digital – mediações de leituras durante a pandemia -, doações de livros e ações em parceria com a Secretaria de Educação.
De março a agosto, com as crianças e jovens em casa cumprindo o isolamento social, o Educativo Flip distribuiu 11 mil livros às comunidades, além de cestas básicas e kit de higiene para 239 famílias. “Livro na mão é solução. Como não podem ir à escola, levamos as histórias até eles, com os livros em si e transmissões de leituras pelo facebook”, conta Belita. Ao todo, desde 2003, já foram doados mais de 40 mil livros e promovidas mais de 1.700 atividades. Durante a Flip, cerca de 50 eventos acontecem exclusivamente para este público (Biblioteca, Flipinha e FlipZona). “É urgente formarmos leitores de fato. Desde o início, o Programa Educativo já entregou dez vezes mais do que era previsto nas contrapartidas sociais exigidas pelos patrocinadores, o que nos mostra também a necessidade de atendermos os moradores de Paraty o ano todo, de forma independente das questões Flip”, completa.
Foto: Sara de Santis
Para dar continuidade ao projeto e garantir uma programação constante até março de 2021, o Educativo iniciou um crowdfunding (benfeitoria.com/educativoflip
Foto: Sara de Santis
Biblioteca Comunitária Casa Azul
Em 2013, a sede da Biblioteca mudou para a Ilha das Cobras, bairro urbano periférico da cidade de Paraty (RJ) de grande vulnerabilidade social. Diariamente, são realizadas atividades de mediação de leitura e apoio pedagógico dirigidas a estudantes da rede pública de ensino. A Biblioteca conta atualmente com um acervo de cerca de 18 mil exemplares, recebe visitas de escolas, realiza empréstimos de livros (com suporte especial para professores da rede de ensino) e desenvolve oficinas de arte-educação para crianças.
A cada ano, nos meses que antecedem a Festa Literária, oferece formação em mediação de leitura para educadores e futuros educadores de Paraty. Ao longo dos últimos anos foram formados mais de 400 mediadores que hoje atuam em salas de aula, bibliotecas comunitárias e em outros espaços. Durante a Flip, estes profissionais conduzem atividades de mediação de leitura nos espaços de programação da Festa.
Flipinha
Durante os dias da Flip, a Biblioteca disponibiliza parte do seu acervo para atender o público na Central Flipinha montada na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Paraty. Neste ano, com a edição totalmente online, oito educadores escolhidos entre os moradores locais para comporem a comissão curatorial já preparam a programação apoiada em diversidade e buscando envolver a comunidade escolar nos encontros com autores. “Um dos nossos papéis é desmitificar o autor e o livro. Uma comissão está definindo os convidados, as crianças irão gravar perguntas e a conversa online será menos em formato de palestra e mais em tom de aproximação com os leitores”, conta Belita. Além disso, terá Formação em Mediação de Leitura e o Publique-se, que é uma oficina de técnicas de encadernação e experimentações gráficas, tendo como suporte temas ligados aos personagens e à cultura da região de Paraty.
FlipZona
Em parceria com o Instituto Asas Comunicação Educativa, dirigida a um público de adolescentes e jovens, entre 13 e 20 anos, a FlipZona acontece desde 2009. A iniciativa formativa nasceu para, a partir da produção multimídia, aproximar os jovens do universo literário, promovendo ações educativas e culturais que resultam na convergência entre literatura, patrimônio cultural local, educação midiática e novas tecnologias. O projeto usa a metodologia da Educomunicação e as diretivas de Alfabetização Midiática e Informação (AMI) propostas pela Unesco, que entendem a educação midiática como pré-requisito para o exercício da cidadania e dos direitos humanos e para o fortalecimento democrático. Originalmente desenvolvidas de forma presencial, as oficinas da Central FlipZona estimulam e valorizam a autonomia crítica dos jovens, bem como sua potência criativa e transformadora. No primeiro semestre de 2019, em parceria com a BBC Brasil, a FlipZona ofereceu o Laboratório Criativo de Audiovisual, uma série de oficinas de experimentação artística e documental para jovens, que tinha como objetivo trabalhar questões relacionadas às Fake News. A atividade teve como temas geradores a vida e obra de Euclides da Cunha, integrando as temáticas discutidas pela Flip ao território e aos habitantes de Paraty. Os jovens participantes das oficinas também foram preparados para realizar a cobertura jornalística da Festa Literária, com suporte de diferentes mídias. Em 2020, em formato adaptado para o online, a programação conta com formação em alfabetização midiática e informacional e os Encontros TMJ, em que jovens paratienses protagonizam uma série de lives coletivas. “Será um momento de escuta. Jovens e adolescentes serão estimulados a falar sobre seus momentos em casa, sem escola, suas inquietudes e preocupações.”, conta Belita.
Números da Biblioteca até agosto de 2020
Visitantes: 58.868
Acervo catalogado: 17.280
Leitores cadastrados: 2.000
Empréstimo de livros: 22.875
Mediadores de leitura formados: 438
Doações de livros: 30.659
Instituições atendidas com doações de livros: 80
Módulos Biblioteca: 34
Oficinas realizadas pela equipe fixa da Biblioteca
público participante: 227
Oficinas realizadas por convidados
público participante: 369
Programações durante a Flip
público participante: 1.721 pessoas
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