Nessa primeira etapa, a série privilegia nove vozes baianas, Orillas, com influências da tradição oral ibérica e africana, além da cultura literária clássica. A antologia revela-se nessa diversidade marcada por um intenso lirismo, possível de ser lido nos universos poéticos de Antônio Barreto, Cleberton Santos, Goulart Gomes, Iolanda Costa, José Inácio Vieira de Melo, Lílian Almeida, Vladimir Queiroz, Rita Santana e João Vanderlei de Moraes Filho, organizador da antologia e editor da série Nuestra Poesía Contemporánea.
O lançamento do Orillas de América Literária será no dia 22 de julho, via streaming, na programação do XXVIII Festival Internacional de Poesía de Bogotá, que contará com a participação do poeta colombiano Julio César Bustos e alguns autores que compõem a Antologia; além do público, que poderá participar acessando o endereço www.poesiabogota.org e pelas mídias sociais: YouTube, Facebook e Instagram (@FIPBO). A transmissão terá início às 17h30, na Colômbia, e 19h30, no Brasil.
Para o escritor e editor colombiano, Jaime Londoño, que escreve a orelha da antologia: "A voz poética precisa sentar-se a dialogar com outras vozes, justamente para nutrir-se. Pois a voz que se nutre nas fontes de outras vozes se vitaliza, se fortalece e se enriquece. Daí, a importância dessa encruzilhada de caminhos, de ideias e de imagens que propõe a antologia Orillas de América Literaria. Só quem navega e ouve o canto dos outros amplia os limites de seu conhecimiento e ajuda a estabelecer novos faróis para que as fronteiras existentes, cada vez sejam menores.”
É neste sentido que a Portuário Atelier Editorial esforça-se para fomentar uma experiência de leitura para além do efêmero exercício de entretenimento, privilegiando em suas edições grafias tingidas para ultrapassar limites pré-estabelecidos. Eis nossa bibliodiversidade.
O XXVIII Festival Internacional de Poesia de Bogotá
Com quase três décadas sendo realizado nos meses de abril e maio, o Festival Internacional de Poesía de Bogotá foi adiado em março, devido à pandemia da COVID-19. O adiamento causou transtornos ao Festival e, notadamente, à editora, que já tinha confirmada algumas apresentações da antologia em outros eventos literários, nas cidades de Medellín, Cali e Cartagena. Por conta do Coronavírus, a programação, pela primeira vez, acontecerá, exclusivamente, via streaming. Uma solução utilizada pelos principais eventos literários que tiveram impactos devido à pandemia, como a FILBO – Feira Internacional do Livro de Bogotá.
Do Brasil, participarão: Lílian Almeida, José Inácio Vieira de Melo, Vladimir Queiroz e João Vanderlei de Moraes Filho, da Bahia, além de Alexandra Maia, Marilia García, as duas do Rio de Janeiro e o poeta Salgado Maranhão, que traz em no nome seu estado de poesia.
Toda programação será transmitida pelo site www.poesiabogota.org e nas mídias sociais do evento: Facebook e YouTube, nas página do Festival Internacional de Poesia de Bogotá, no Instagram, acesse: @FIPBO
Antecedentes Bahia – Colômbia
“Poesia é para juntar gente.” Costumava afirmar o saudoso Damário Dacruz, poeta baiano que a partir da sua participação no Festival Internacional de Poesía de Cartagena, na Colômbia, em 2005, deu os primeiros passos, aqui na Bahia, para promover poéticas e intercâmbios entre os dois países. A partir daí, alguns desdobramentos resultaram em processos cada vez mais intensos com a presença de poetas baianos em Cartagena.
Para o pesquisador, editor da antologia e poeta, João Vanderlei de Moraes Filho, “a poesia escrita e oral produzida nas Américas é diversa e revela riquezas poéticas alinhadas a diferentes tradições lítero-culturais. Embora rica, não é satisfatoriamente difundida e/ou reconhecida entre as extensas ‘Orillas’ de Nuestra América. Seja por questões idiomáticas, políticas ou por interesses editoriais de capital internacional, os livros, as literaturas, as leituras, atingem, prioritariamente, certos espaços. Quase sempre, se distancia da continuidade necessária para implementar políticas públicas tanto no campo da cultura, quanto na educação. A democratização do acesso investe contra as desigualdades, e o estado deveria atuar de forma concreta para atingir tristes tradições que insistem permanecer. A notória instabilidade política no Brasil e alguma ações na Bahia, podem ser um bom exemplo para explicar tais descontinuidades”.
Ametista Nunes e Douglas e Almeida - Foto: Divulgação |
Nos últimos quinze anos, foram mais de vinte poetas da Bahia em intercâmbio no Festival Internacional de Poesia de Cartagena. João Vanderlei de Moraes Filho, Douglas de Almeida, Wesley Correria, Geraldo Maia, Antônio Barreto, Wladimir Cazé, José Inácio Vieira de Melo, Walter Cézar, Clarissa Macedo, Rita Santana, Ametista Nunnes, Semírames Sé e Valdeck Almeida de Jesus são alguns nomes que já passaram pelo Festival, na Heroica cidade de Cartagena das Índias.
O Inverso ocorreu em número menor, todavia, foi possível intercambiar com os poetas colombianos, em 2012, Pedro Blás Júlio Romero e Gustavo Tatis, no Caruru dos Sete Poetas, em Cachoeira, Julio César Bustos, no Leituras Públicas, em Salvador, em 2013. E o poeta Rómulo Bustos Aguirre que durante dois anos seguidos, 2018 e 2019, participou do Caruru dos Sete Poetas, em Cachoeira e da Festa Literária Internacional do Pelourinho, em Salvador.
A poesia rompe fronteiras... Em relação à Colômbia, Damário DaCruz abriu caminhos...
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