Pular para o conteúdo principal

Lançamento de Antologia Poética promoverá difusão literária de nove poetas da Bahia na Colômbia

Entre os dias 20 e 30 de julho, acontecerá, na capital colombiana, via streaming, o XVIII Festival Internacional de Poesia de Bogotá. Esse ano, o evento homenageará a “Poesia contemporânea em língua românicas”. A produção literária baiana será difundida em edição especialmente para o país do escritor Gabriel José García Márquez.


Orillas de América Literária – Poesia Brasileira Contemporânea é a primeira antologia da série Nuestra Poesía Contemporánea, dirigida pela Portuário Atelier Editorial, editora colaborativa, sediada em Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. A série objetiva provocar intercâmbios lítero-culturais entre a produção poética baiana e a hispano-americana, por meio da edição de antologias poéticas em português e em espanhol.

Nessa primeira etapa, a série privilegia nove vozes baianas, Orillas, com influências da tradição oral ibérica e africana, além da cultura literária clássica. A antologia revela-se nessa diversidade marcada por um intenso lirismo, possível de ser lido nos universos poéticos de Antônio Barreto, Cleberton Santos, Goulart Gomes, Iolanda Costa, José Inácio Vieira de Melo, Lílian Almeida, Vladimir Queiroz, Rita Santana e João Vanderlei de Moraes Filho, organizador da antologia e editor da série Nuestra Poesía Contemporánea.


O lançamento do Orillas de América Literária será no dia 22 de julho, via streaming, na programação do XXVIII Festival Internacional de Poesía de Bogotá, que contará com a participação do poeta colombiano Julio César Bustos e alguns autores que compõem a Antologia; além do público, que poderá participar acessando o endereço www.poesiabogota.org e pelas mídias sociais: YouTube, Facebook e Instagram (@FIPBO). A transmissão terá início às 17h30, na Colômbia, e 19h30, no Brasil.


Para o escritor e editor colombiano, Jaime Londoño, que escreve a orelha da antologia: "A voz poética precisa sentar-se a dialogar com outras vozes, justamente para nutrir-se. Pois a voz que se nutre nas fontes de outras vozes se vitaliza, se fortalece e se enriquece. Daí, a importância dessa encruzilhada de caminhos, de ideias e de imagens que propõe a antologia Orillas de América Literaria. Só quem navega e ouve o canto dos outros amplia os limites de seu conhecimiento e ajuda a estabelecer novos faróis para que as fronteiras existentes, cada vez sejam menores.”


É neste sentido que a Portuário Atelier Editorial esforça-se para fomentar uma experiência de leitura para além do efêmero exercício de entretenimento, privilegiando em suas edições grafias tingidas para ultrapassar limites pré-estabelecidos. Eis nossa bibliodiversidade.


O XXVIII Festival Internacional de Poesia de Bogotá

Com quase três décadas sendo realizado nos meses de abril e maio, o Festival Internacional de Poesía de Bogotá foi adiado em março, devido à pandemia da COVID-19. O adiamento causou transtornos ao Festival e, notadamente, à editora, que já tinha confirmada algumas apresentações da antologia em outros eventos literários, nas cidades de Medellín, Cali e Cartagena. Por conta do Coronavírus, a programação, pela primeira vez, acontecerá, exclusivamente, via streaming. Uma solução utilizada pelos principais eventos literários que tiveram impactos devido à pandemia, como a FILBO – Feira Internacional do Livro de Bogotá.



O XVIII Festival Internacional de Poesia de Bogotá acontecerá, entre os dias 20 e 30 de julho e homenageará a “Poesía contemporánea en lenguas romances”. Estão confirmados poetas da Argentina, Bolívia, Brasil, Catalunya/Espanha, Chile, Colômbia, Costa Rica, França, Guatemala, Itália, México, Peru, República Dominicana e Romênia.

Do Brasil, participarão: Lílian Almeida, José Inácio Vieira de Melo, Vladimir Queiroz e João Vanderlei de Moraes Filho, da Bahia, além de Alexandra Maia, Marilia García, as duas do Rio de Janeiro e o poeta Salgado Maranhão, que traz em no nome seu estado de poesia.

Toda programação será transmitida pelo site www.poesiabogota.org e nas mídias sociais do evento: Facebook e YouTube, nas página do Festival Internacional de Poesia de Bogotá, no Instagram, acesse: @FIPBO


Antecedentes Bahia – Colômbia

“Poesia é para juntar gente.” Costumava afirmar o saudoso Damário Dacruz, poeta baiano que a partir da sua participação no Festival Internacional de Poesía de Cartagena, na Colômbia, em 2005, deu os primeiros passos, aqui na Bahia, para promover poéticas e intercâmbios entre os dois países. A partir daí, alguns desdobramentos resultaram em processos cada vez mais intensos com a presença de poetas baianos em Cartagena.



A partir de 2007, com a política cultural do estado mais focada em ações estruturantes, aliada ao uso democrático do Fundo Estadual de Cultura, possibilitando de forma inédita acesso a bens cultuais e apoio financeiro de maneira inédita na Bahia, dez poetas baianos, foram contemplados com a mobilidade à Colômbia pelo projeto de Intercâmbio lítero-cultural: Bahia Caribe colombiano – Festival Internacional de Poesia de Cartagena de Índias. Isto se deu em um momento que a recém-criada Secretaria de Cultura do Estado da Bahia demostrava seu protagonismo diante das políticas públicas de cultura.

Para o pesquisador, editor da antologia e poeta, João Vanderlei de Moraes Filho, “a poesia escrita e oral produzida nas Américas é diversa e revela riquezas poéticas alinhadas a diferentes tradições lítero-culturais. Embora rica, não é satisfatoriamente difundida e/ou reconhecida entre as extensas ‘Orillas’ de Nuestra América. Seja por questões idiomáticas, políticas ou por interesses editoriais de capital internacional, os livros, as literaturas, as leituras, atingem, prioritariamente, certos espaços. Quase sempre, se distancia da continuidade necessária para implementar políticas públicas tanto no campo da cultura, quanto na educação. A democratização do acesso investe contra as desigualdades, e o estado deveria atuar de forma concreta para atingir tristes tradições que insistem permanecer. A notória instabilidade política no Brasil e alguma ações na Bahia, podem ser um bom exemplo para explicar tais descontinuidades”.

Ametista Nunes e Douglas e Almeida - Foto: Divulgação


Nos últimos quinze anos, foram mais de vinte poetas da Bahia em intercâmbio no Festival Internacional de Poesia de Cartagena. João Vanderlei de Moraes Filho, Douglas de Almeida, Wesley Correria, Geraldo Maia, Antônio Barreto, Wladimir Cazé, José Inácio Vieira de Melo, Walter Cézar, Clarissa Macedo, Rita Santana, Ametista Nunnes, Semírames Sé e Valdeck Almeida de Jesus são alguns nomes que já passaram pelo Festival, na Heroica cidade de Cartagena das Índias.


O Inverso ocorreu em número menor, todavia, foi possível intercambiar com os poetas colombianos, em 2012, Pedro Blás Júlio Romero e Gustavo Tatis, no Caruru dos Sete Poetas, em Cachoeira, Julio César Bustos, no Leituras Públicas, em Salvador, em 2013. E o poeta Rómulo Bustos Aguirre que durante dois anos seguidos, 2018 e 2019, participou do Caruru dos Sete Poetas, em Cachoeira e da Festa Literária Internacional do Pelourinho, em Salvador.



Fonte: Portuário Atelier Editorial

Comentários

  1. A poesia rompe fronteiras... Em relação à Colômbia, Damário DaCruz abriu caminhos...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Beiju de coco da Nenzinha pode virar livro infantil

O livro "História sua e minha: beiju de coco da Nenzinha", conta para o público infantil como foi a criação do beiju de Coco no Território do Recôncavo pelas mãos de Amália Santana no ano de 1976. Paula Anias - Foto: Reprodução/Redes sociais O beiju de coco faz parte da tradição da culinária do recôncavo baiano e conhecer sua história é preservar uma memória muitas vezes esquecida. Essa iguaria foi criada por Amália Santana, uma mulher negra, residente na localidade do Ponto Certo, situada no município de Sapeaçu. Ela realizou um processo de empreendedorismo econômico no Recôncavo baiano beneficiando centenas de famílias com esse oficio. Quem é a autora deste livro? Paula Anália Anias é historiadora, pesquisadora do tema e escreveu o texto que vai compor o livro. Em entrevista ao site G1 ela disse como chegou até Dona Nenzinha: “Fizemos um álbum iconográfico, no qual o aluno devia encontrar um patrimônio histórico ainda não tombado em seu município. Aí descobrimos essa mulher...

'Rosa Tirana', filme do diretor poçoense Rogério Sagui, estreia na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

O filme "Rosa Tirana", produzido e dirigido pelo poçoense Rogério Sagui, estreia em grande estilo, ao participar da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes , em Minas Gerais, um dos mais importantes festivais de cinema do país. O longa-metragem, filmado no interior da Bahia, conta com a participação do ator José Dumont e tem também Elba Ramalho em sua trilha sonora. Foto: Divulgação "Rosa Tirana", que será exibido na "Mostra Aurora", dia 25 de janeiro, às 20h, conta a história da menina Rosa, que, em uma terra banhada de sol, durante a maior seca que o sertão nordestino já viveu, mergulha em uma longa travessia pela caatinga árida e fantasiosa, em busca de um encontro com Nossa Senhora Imaculada, a rainha do sertão. Com um tom perspicaz, a trama é envolvida por um amálgama de fatores que, na aridez da paisagem retratada, torna-se fertilizante para a compreensão do drama humano, a partir do olhar da pequena protagonista. Maior evento dedicado ao cinema brasileir...

Cacau Novaes entrevista Nego Jhá: 'Vem pro cabaré'

Nêgo Jhá é uma banda do interior da Bahia, da cidade de Iguaí, situada no Centro Sul do estado, criada em janeiro de 2018, por Guilherme Santana e Gabriel Almeida, através de u ma simples brincadeira entre amigos, que resultou em um trabalho profissional.  A banda já contabiliza mais de 30 milhões de visualizações no YouTube com suas músicas, entre elas, destaca-se “Cabaré”, música de trabalho gravada por artistas famosos, que compartilharam vídeos, que viralizaram na internet, ouvindo e dançando o hit do momento em todo o Brasil. Até no BBB21 da Rede Globo já tocou a música dos garotos. Foto: Divulgação Confira abaixo a entrevista com os integrantes da Nego Jhá: Cacau Novaes - Como surgiu a ideia de criar Nego Jhá? Como tudo começou?  Nego Jhá -  Através de uma brincadeira entre mim, Guilherme, e meu amigo Gabriel, que toca teclado.  No início não tínhamos em mente de que isso se tornaria algo profissional, pensamos apenas em gravar por diversão e resenha. Ca...

Ticomia 2023: Maior festa junina de camisa da Bahia promete festival de forró em Ibicuí

C omo acontece há 36 anos, uma grande expectativa gira em torno do Ticomia, a mais tradicional festa de forró de camisa da Bahia, que acontece no dia de São João, 24 de junho, na Fazenda El Dorado, no município de Ibicuí, um dos principais destinos das festas juninas no Nordeste. Foto: Olharr   O elenco artístico deste ano promete redobrar a alegria do público. O Ticomia reunirá, mais uma vez, grandes atrações do forró: Calcinha Preta, Dorgival Dantas, Iguinho e Lulinha, Lordão ( Gente Bonita de Ibicuí/  Eu vim brincar meu São João aqui/ Toda Bahia Vem dançar forró... ) , Limão com Mel, Luan Estilizado, Mastruz com Leite e Zé Vaqueiro. Além desses nomes, outras bandas vão se apresentar no palco do coreto da Vila do Forró, um espaço alternativo cenográfico que faz a releitura do São João de outrora no interior, com reprodução de sucessos de grandes forrozeiros do Brasil.    Luan Estilizado - Foto: Olharr O produtor-executivo do Ticomia, Raul Dourado, informa que a fe...

Morrre, aos 80 anos, o escritor iguaiense Gramiro de Matos - 'Ramirão' - um dos representantes da literatura no Tropicalismo

Faleceu na manhã de hoje (7), aos 80 anos, o escritor iguaiense Ramiro Silva Matos Neto, que assinava seus livros como Gramiro de Matos ou ainda Ramirão ão ão. Um dos representantes na literatura do movimento tropicalista, ou Tropicália, juntamente com seus dois parceiros Waly Salomão e Torquato Neto. Gramiro de Matos - Foto: Mário Cravo Neto O velório e sepultamento acontecem amanhã (8), a partir das 9 horas, na Sala 06 no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador. Gramiro de Matos, o tropicalismo e a poesia marginal Gramiro de Matos - Foto: Mário Cravo Neto (colorizada artificialmente) A poesia marginal teve um momento marcante com o lançamento da coletânea 26 poetas hoje (1975), organizada por Heloísa Buarque de Hollanda. Nessa coletânea, Heloísa faz um balanço de todo o período, publicando lado a lado a nova geração e alguns dos poetas que já estavam envolvidos com outros movimentos culturais, como o tropicalismo e a marginália. Waly Salomão, Torquato Neto, José Carlos Capinan e Duda Ma...