Pular para o conteúdo principal

Énois abre inscrições para programa de Diversidade nas Redações

Serão selecionadas 10 redações que receberão treinamento com foco em diversidade e repórter subsidiado durante um ano
A Énois, laboratório de jornalismo representativo, lança nesta segunda-feira (03) o programa Diversidade nas Redações, em parceria com a Google News Initiative. O projeto vai selecionar 10 redações pelo Brasil (com exceção das capitais de SP e RJ) que já tenham ações práticas de diversidade voltadas às equipes, pautas desenvolvidas ou mecanismos de gestão. Durante um ano, editores das redações selecionadas receberão treinamentos junto com os repórteres que serão financiados pelo projeto. Serão encontros ligados a equilíbrio emocional dos jornalistas, técnicas de apuração para as eleições, diversidade estratégica na gestão jornalística e medição de impacto do trabalho realizado. As inscrições das redações acontecem exclusivamente pelo formulário online até dia 28 de agosto.

O programa vai ajudar a fortalecer a diversidade nas redações a partir da inclusão de repórteres com perfil diverso para ampliar a cobertura racializada, de desigualdades sociais, imigração, gênero, religião e outros vieses pouco abordados. Na inscrição, as redações deverão indicar quais lacunas de cobertura ligada à diversidade o repórter do programa Diversidade nas Redações irá cobrir. 

Podem se inscrever redações que produzam em meio online de todos os tamanhos e formatos. O início da formação - que terá encontros mensais virtuais - e a entrada do repórter na redação estão previstos para outubro. A atuação do profissional será voltada, no primeiro momento, para a cobertura das eleições municipais adiadas para novembro. 

“Diversidade é crucial para o jornalismo enxergar e retratar a sociedade e promover diálogo a partir das diferenças, mas o movimento das redações têm sido lento nessa direção. O programa de Diversidade nas Redações vem como um apoio para apressar esse passo. Nos últimos anos, estudamos e experimentamos a construção de ações de diversidade em parceria com veículos como a Folha de S. Paulo, no Índice de Diversidade, e vimos que diversificar a equipe é um caminho importante, mas que tem de vir junto com uma mudança de cultura que inclua a escuta, o aprendizado e a troca sobre a diversidade nos processos de produção e gestão”, diz Simone Cunha, coordenadora do eixo de Estrutura Jornalística e Diretora Institucional da Énois. 

Durante um ano, editores das redações selecionadas serão os mentores de diversidade nas redações acompanhando os repórteres subsidiados pelo programa. Os dois grupos passarão por formações em diferentes questões, algumas em conjunto e outras separadamente como equilíbrio emocional dos jornalistas, técnicas de apuração e jornalismo de dados local, escuta da comunidade para selecionar pautas que dialoguem com as demandas sociais locais e como medir o impacto das produções. “Por meio de métricas, pesquisa e coleta de dados vamos entender de forma mais concreta as mudanças que a diversidade traz para o dia a dia das redações. Com isso, vamos avaliar os efeitos de incorporar a diversidade nas redações e traçar juntos novos caminhos e estratégias para isso”, diz a coordenadora do programa, Jamile Santana.
 

Quem somos

A Énois é um laboratório que trabalha para impulsionar diversidade e representatividade no jornalismo. Foi fundada em 2009 pelas jornalistas Amanda Rahra e Nina Weingrill a partir de um trabalho voluntário no Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo, na periferia paulistana. Em 2014, elas criaram a primeira escola online de jornalismo no Brasil voltada ao público jovem. Em cursos presenciais, mais de 500 jovens da periferia se formaram em jornalismo e mais de 4 mil estudantes passaram pela Escola de Jornalismo online. Ao longo do tempo, esses jovens, por meio da Énois, produziram conteúdo em parceria com veículos de abrangência nacional. Foram mais de 80 reportagens produzidas pela agência, publicadas em veículos parceiros, como UOL Tab, The Intercept, The Guardian, Nexo, BBC e outros.

Em 2020, a Escola de Jornalismo se integrou à Agência para dar início à um novo processo, a Residência da Énois, um percurso formativo e de trabalho que potencializa a construção de saberes jornalísticos a partir da experimentação prática. Para isso, a equipe se reestruturou e passou a contar com oito ex-alunas e ex-alunos da Escola de Jornalismo para compor os eixos de trabalho da instituição: Jornalismo local, Produção e Distribuição, Estrutura Jornalística e Gestão Institucional. 

A trajetória completa você confere na linha do tempo que conta a história da Énois.
SERVIÇO

Diversidade nas Redações
Inscrição: bit.ly/diversidadenasredacoes
Quando: 3 a 28 de agosto

Quem pode: Redações de todo o país com exceção das capitais de SP e RJ

Para dúvidas, consulte nossas Perguntas & Respostas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cacau Novaes entrevista Nego Jhá: 'Vem pro cabaré'

Nêgo Jhá é uma banda do interior da Bahia, da cidade de Iguaí, situada no Centro Sul do estado, criada em janeiro de 2018, por Guilherme Santana e Gabriel Almeida, através de u ma simples brincadeira entre amigos, que resultou em um trabalho profissional.  A banda já contabiliza mais de 30 milhões de visualizações no YouTube com suas músicas, entre elas, destaca-se “Cabaré”, música de trabalho gravada por artistas famosos, que compartilharam vídeos, que viralizaram na internet, ouvindo e dançando o hit do momento em todo o Brasil. Até no BBB21 da Rede Globo já tocou a música dos garotos. Foto: Divulgação Confira abaixo a entrevista com os integrantes da Nego Jhá: Cacau Novaes - Como surgiu a ideia de criar Nego Jhá? Como tudo começou?  Nego Jhá -  Através de uma brincadeira entre mim, Guilherme, e meu amigo Gabriel, que toca teclado.  No início não tínhamos em mente de que isso se tornaria algo profissional, pensamos apenas em gravar por diversão e resenha. Ca...

Brasileiros participam do 'Encuentro Internacional de Escritorxs e Artistas' nesta quarta (31)

Nesta quarta-feira (31), das 19 às 22 horas, acontece a edição brasileira do Encuentro Internacional de Escritorxs e Artistas, promovido pelo M.I.E.L. - Movimiento Internacional de Escritorxs por la Libertad, reunido poetas, escritores(as), cantores(as) e compositore(as), que será transmitido virtualmente pelo Facebook e YouTube . Ametista Nunes,  Cacau Novaes,  Cecília Rogers, Cristina Leilane Fernandes, Gilmara Silva, Jeane Sánchez, João Vanderlei de Moraes Filho, José Inácio Vieira de Melo, Jovina Souza, Manuela Barreto, Marcos Peixe, Nhym o Gnomo do Arco Íris, Sérgio Augusto Fernandes,  Valdeck Almeida de Jesus  participam  falando de sua trajetória literária,  lendo poemas e outros textos literários. Além disso, a noite tem muita música com Alisson Menezes, Chá Rize, Dan Gomez e Joyce Kelly.   O Encuentro Internacional de Escritorxs e Artistas está acontecendo durante toda esta semana ...

Sérgio Mattos abre um panorama dos modelos brasileiros nos últimos 30 anos

Há 31 anos atrás comecei minha carreira.  Eu era gerente da Yes Brazil, loja mais badalada nos anos 1980. Foi lá que comecei a ter mais contato com o mundo da moda. Nesta época, os modelos que estavam na crista da onda eram Jens Peter, Sérgio Mello, entre outros.  Sérgio Mattos - Foto: Marcio Farias Em 1986, o fotógrafo norte-americano Bruce Weber esteve no Brasil para fazer o livro “Rio de Janeiro”, sobre a Cidade Maravilhosa. Com isso, o mundo abriu os olhos curiosos sobre a moda e os modelos brasileiros. Foi a partir daí que o Rio de Janeiro entrou definitivamente no roteiro fashion mundial e muita gente boa fez sucesso! Afinal, não foram só as mulheres que aconteceram, os homens brasileiros sempre venderam bem e são os queridinhos do mercado internacional! Jens Peter para Giorgio Armani Perfumes O mercado de modelos estava começando a bombar no Brasil e a Elite Model, agência internacional do icônico John Casablancas (1942 – 2013), começou a fazer um concurs...

Em abril, estreia Baianidade, o novo reality show da Bahia

Baianidade, o novo reality show da Bahia estreia em abril; Hariane e Cazé são os primeiros participantes da casa Diz o ditado que baiano não nasce, estreia. Com um certo dom original, grandes nomes da música e do entretenimento fazem sucesso na mídia, e inegavelmente, a Bahia é uma verdadeira fábrica de talentos. E, a Bahia sai na frente mais uma vez e traz uma grande novidade: com uma pitada de axé, em abril, estreia o Baianidade, o novo reality show da Bahia.  Pela primeira vez na história, um programa com 20 participantes, 10 mulheres e 10 homens confinados dentro de uma mansão na capital baiana (local ainda não foi divulgado) disputando o prêmio de R$10 mil reais para o grande vencedor (a). Sob o comando do apresentador Vitor Cirne, mais conhecido como o “Boninho da Bahia” garante que serão 16 dias de puro entretenimento e muitas surpresas.  “A cada dia será uma novidade diferente. A grande novidade é que o apresentador (eu que vos fala – risos) também estará no mesmo ambi...

'Rosa Tirana', de Rógério Sagui, por Marcelo Ikeda

Depois do cinema experimental de ORÁCULO, realizado entre Berlim e Floripa, a Mostra Aurora propõe uma guinada, até certo ponto surpreendente, com a exibição de ROSA TIRANA , realizado na caatinga de Poções, Sudoeste da Bahia. Surpreendente porque ROSA TIRANA é um filme de narrativa mais linear, com elementos típicos do cinema nordestino, associados a uma cultura regionalista e sertaneja, por meio da história de uma menina que tenta escapar da seca e caminha pelo sertão em busca de Nossa Senhora Imaculada. Foto: Divulgação É curioso perceber as semelhanças e diferenças entre AÇUCENA e ROSA TIRANA, dois filmes realizados no interior da Bahia por diretores estreantes, novatos no circuito de grife dos festivais brasileiros de autor. Enquanto AÇUCENA mostra domínio dos recursos mais típicos do cinema contemporâneo, em especial a indistinção entre ficção e documentário, tendo participado de laboratórios internacionais, com recursos da Ancine e agradecimentos a curadores importantes no cenár...