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Entrevista com Gramiro de Matos, por Arthur Lungov

Gramiro de Matos (nome que Ramiro de Matos adotou em homenagem ao também baiano e expoente do barroco brasileiro Gregório de Matos) foi um dos poetas mais importantes e experimentais da contracultura nacional, podendo facilmente figurar ao lado de nomes como Torquato Neto e Waly Salomão, entre aqueles que reformularam o código poético nos momentos pós-tropicalistas e pós-concretistas dos anos 70. Teve importante participação na vida cultural do período, travando diálogo com figuras como Glauber Rocha, Luiz Carlos Maciel, Rogério Duarte, José Agrippino de Paula, e participado de publicações que marcaram época, como as revistas Bondinho, Anima, Vozes e Opinião, além de ter feito parte do conselho editorial da revista Pasárgada.

Gramiro de Matos - Foto: Mário Cravo Neto

Publicou dois livros na década de 70: Urubu-Rei (Gernasa, 1972), que foi comparado a Me segura qu’eu vou dar um troço por Silviano Santiago, e Os morcegos estão comendo os mamões maduros (Eldorado, 1973). Nos anos 80, saiu do Brasil e circulou a Europa e a África, se dedicando ao estudo da influência da literatura brasileira nas literaturas africanas que emergiram com a independência destes países, o que resultou em sua tese de mestrado Influências da literatura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa (Empresa Gráfica da Bahia, 1996). Também publicou em Lisboa uma Antologia da novíssima poesia brasileira (Livros Horizonte, 1982), que reunia as experimentações poéticas das vanguardas concretistas e tropicalistas, e das poéticas resultantes, dos anos 60, 70 e 80. Em 2016 publicou pela Civilização e Barbárie A conspiração dos búzios, romance-experimental inédito escrito em 1976.

Urubu-Rei, sua estreia literária, é um livro intensamente experimental, que mistura línguas e linguagens, em uma poética fortemente tributária das cosmogonias indígenas brasileiras, ao mesmo tempo em que das experimentações vanguardistas herdadas tanto do concretismo quanto do desbunde da década de 60.

Gramiro de Matos - Foto: Arquivo/Nosso Sarau

Abaixo, reproduzimos entrevista concedida por email ao poeta e editor da Lavoura Arthur Lungov, assim como antologia de textos retirados de Urubu-Rei.

1. Primeiramente, gostaria de entender um pouco o ambiente artístico no momento do lançamento de Urubu-Rei, em 1972. Ao mesmo tempo em que havia uma vida cultural rica, com movimentos como o concretismo, o tropicalismo, a contracultura, a canção de protesto, a poesia marginal, dentre outras; havia também um clima político extremamente opressivo, com os efeitos do recrudescimento da Ditadura por conta do AI-5. Quais os diálogos que existem entre seu livro e esses movimentos do período? E qual influência esse clima politico teve na escrita desse livro?

R: Você está “por dentro”, como se dizia na época, dos assuntos culturais da segunda metade do século XX, e citou ascendências e movimentos que surgiram nesse período de extrema criatividade. Com Urubu-Rei minha intenção primeira foi introduzir elementos da cultura tradicional brasileira um tanto esquecidas, como o tupi-guarani e a estética indígena, retomada posteriormente com o [livro posterior] Os Morcegos estão comendo os mamãos maduros, em uma narrativa, vamos chamar de ondulada, como um barco navegando em ondas, que observei ao ler as lendas dos índios. No início de Os Morcegos adotei o que Mario de Andrade denominou de “arte de combate dentro de estética do inacabado”, a nossa literatura e arte complexas, o contrário do ‘realismo socialista’, então moda ao lado do concretismo, tendências que não incorporavam o realismo mágico fantástico das lendas africanas e indígenas que formam nossa cultura original multirracial. Por outro lado, tanto no Urubu-Rei quanto no Morcegos, antecipei a Era Digital, mas, ao contrário do Concretismo, com base genuinamente nacional, inserido a poesia brasileira no Tropicalismo e nas semióticas da futura Era da Computação. Também recebi influencias dos Beatles e dos Hippies, sendo eu um deles quando escrevi Os Morcegos. Já era um hippie de carteirinha na estrada Arempebe-Salvador-Rio-Oropa, na linguagem da curtição. Nesta ficção, inventei e usei as linguagens da turma do Paz e Amor – faça amor não faça guerra.


2. Em Urubu-Rei, vemos um trabalho linguístico muito experimental, com a fusão (às vezes de difícil compreensão) de português, tupi, nheengatu, inglês, espanhol, francês, alemão e latim. Há também uma “tupinificação” do português, com a substituição de vogais e de consoantes para criar efeitos sonoros e gráficos que aproximam o português dessa língua indígena, assim como do umbundu e do kimbundu. O que você buscou nessa fusão de línguas na sua poética?

R: Urubu-Rei foi, sobretudo, uma loucura. Escrevi em jornais alternativos e vivia a contracultura, que antecedeu o período Tropicalista e Hippie. Li Os sertões quando tinha 13-14 anos. A escola pública na Bahia era de ótima qualidade, tinha boa escola primária, “admissão” antes do ginásio, mas a minha professora de português sugeriu que deixasse o livro de Euclides para quando estivesse mais adiantado, e sugeriu os poetas românticos, nos quais gamei. Porém, Euclides já tinha tido efeito sobre minha futura escrita, com a linguagem telúrica e expressões complexas. Como mencionado na resposta anterior, sentia a necessidade de ter base cultural nacional para procurar o universal, como Picasso fez ao criar o cubismo na pintura, incorporando a pintura da etnia dos macondes aos modelos estéticos europeus. Como a cultura folclórica africana se sobressaía na nossa cultura nacional, percebi que a indígena estava sendo esquecida. Fiz no Urubu-Rei poemas de trás para frente, invertendo as palavras, e cocei a inverter termos não usuais, vocábulos, signos, que por seu turno estavam sendo falados em códigos pela juventude dita maluca ou porra louca, e que ao mesmo tempo também estavam presentes em códigos não-verbais e linguagens dessas culturas tupi.


3. Não há apenas a exploração de línguas na sua obra, mas também de linguagens: há textos em prosa, em verso, desenhos, textos que lembram anúncios publicitários, trechos de roteiros, fábulas, textos narrativos, poemas mais líricos, textos transpostos diretamente de outras fontes etc. Como você acha que Urubu-Rei continua as experiências inauguradas por vanguardas como o modernismo e o concretismo nessa exploração de linguagens? Ainda: você vê Urubu-Rei como um livro de poesia?

R: Não poderia afirmar que é um livro de poesias, no sentido tradicional do termo, mas um livro sem classificação na literatura, talvez mais uma ruptura profética. Antecipando algo que na época se sentiu ser muito importante, porque ao contrário do concretismo, que parecia pedra e cimento, havia subjacente à eclosão industrial as sequelas mais profundas do tribal, uma indicação de que tínhamos ainda uma herança complexa na nossa cultural multirracial e arraigada, presente demais para que a poesia fosse apenas uma criação sem alma. Dados já presentes também no anti-romantismo do texto comercial e de propaganda, que invadia o nosso universo outrora romântico, embora eu pessoalmente ainda ame os poetas românticos.  O realismo complexo da nossa literatura incorpora e não exclui, porque o tempo dos desenvolvimentos separados, de classe e raça, sempre geraram discrepâncias que se conciliavam.

4. Nessas mesmas vanguardas, há uma grande preocupação quanto ao papel da arte e da poesia na vida cultural nacional, e na identidade brasileira. Como a cultura pode ajudar a moldar e emancipar uma consciência nacional ainda presa em moldes colonialistas e imperialistas. Como sua obra reflete essas questões?

R: Quando morei no exterior, com uma Bolsa de Estudos, tive contatos com intelectuais do mundo inteiro, e principalmente africanos, porque meu trabalho [desenvolvido a partir da Bolsa de Estudos] seria sobre as relações com literatura entre escritores brasileiros e africanos. A Antologia Poética que publiquei anos depois traz a influência política nos meus poemas desta fase africana. Embora os poetas e escritores desta época fossem engajados em razão da luta anticolonialista, havia uma tendência maior da influência da literatura brasileira antiescravista de Castro Alves, assim como da modernista, e mesmo do romance pós-nordestino de Guimarães Rosa.  Neste período surgiu em Angola o Movimento dos Novos intelectuais de Angola (MPLA), e um dos líderes, o poeta Mauricio Gomes, pediu rompimento com conteúdos e formas coloniais, sugerindo a literatura braseira como símbolo de afinação de uma arte nacional. Posteriormente, em plena guerra colonial, o poeta Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola independente, falando aos escritores e poetas angolanos, declarou: ‘Não Podemos cair em esquemas ou estereótipos como os teóricos do realismo socialista. Não adaptar mecanicamente. A cultura angolana é africana’, num apelo a adotarem modelos poéticos tradicionais de seu país, como eu estava fazendo em Urubu-Rei.

5. Há um ensaio clássico do Silviano Santiago, “Os abutres,” que menciona a obra poética da geração dos anos 70 como uma obra menos de leitura, e mais de “curtição”. Uma obra que se fia menos no texto, na compreensão do texto, e mais no ato de sua criação e de sua recepção sensorial. O ensaio inclusive menciona o Urubu-Rei como exemplo dessa tendência. Você vê essa obra sua como parte desse universo? Como um livro que deve menos ser lido, e mais absorvido?

R: O Silviano, que foi meu professor, era também critico literários nos jornais, e foi talvez o primeiro a sacar, como se dizia na linguagem hippie, o que de fato estava acontecendo. O final da metade do século XX foi muito movimentado e criativo, e a impressão que se tinha era que o mundo iria se acabar e seria preciso intervir na história da Cultura. Na verdade, o que estava acontecendo era de fato que o mundo se movia veloz demais, com o parto da Revolução Digital. As necessidades da época levaram à perda de protagonismo de certos valores do humanismo, o que explicaria o vazio e os maus costumes vigentes desde lá, com dominação do TER sobre o SER. O dinheiro fácil, robusto, a fundo perdido, tem contribuído para que matéria seja mais forte do que o espírito e se tornado mais atraentes para novas gerações. Nós lutávamos contra isso, e essa luta exigia novas formas de nos expressar.

6. Nesse mesmo ensaio, Santiago compara seu livro muitas vezes com a estreia do Waly Salomão, que foi o seu companheiro de poesia e contracultura na época, o Me segura qu’eu vou dar um troço, livro que foi muito influente. Muitos artigos da época também traçavam essa comparação entre os seus livros. Qual foi sua relação com o Waly? Como esse convívio influenciou sua produção poética?

R: Waly Salomão foi meu amigo desde quando estudava o colegial em Jequié. Era uma personalidade fora da curva, com espirito criativo e gozador, que parecia mais um anarquista militante do que um escritor. Muito inteligente, era também inquieto e não conseguia se dedicar como deveria à literatura, preferindo ser agente de shows musicais, embora convivendo com músicos, escritores, poetas, e escrevendo algumas letras que mostravam sua “veia poética musical” como se dizia no passado. Nós discutíamos sobre filosofia e tendências políticas.  Conhecemos também o marxismo, do qual eu fui sempre critico, desde a época de estudante, por defender o desenvolvimento separado de classes em um mundo cada vez mais plural. A ditadura do proletariado não deu certo na Rússia. Sempre fui um defensor da democracia, por considerar que sendo imperfeita, estava de acordo com a condição humana, também imperfeita.

Gramiro de Matos - Foto: Mário Cravo Neto

7. Depois de Urubu-Rei, você lançou Os morcegos estão comendo os mamãos maduros, livro de poesia, e escreveu o romance A conspiração dos búzios (que se manteve inédito até alguns anos atrás, quando foi lançado pela Cultura e Barbárie Editora, graças ao trabalho do pesquisador Leonardo D’Avila). Mas depois disso não vemos qualquer produção literária de sua parte, apenas obras acadêmicas. O que motivou sua decisão para abandonar a produção literária ou, ao menos, sua publicação?

R: Embora denso de poesia e inovações na linguagem, tanto o Morcegos como o A Conspiração dos Búzios são livros de ficção. O primeiro é uma ruptura criativa com as linguagens, inventado e recriando termos e figuras de linguagem. Foi escrito quando fui hippie, mundo então desconhecido, mágico, surrealista das viagens, Salvador-Rio-Oropa. Chamava-se “dar o bode’ quando não se sabia o que estava acontecendo, meio olhando a formosura e as loucuras das cores dos poentes de Arembepe-Ipanema-Lisboa, às vezes  acampado, tomando banho de rio à noite, do lado do mar,  moças  do sudeste bonitas inteligentes alegres sob punhados de estrelas que caíam sobre nós, e novas luas apareciam num “admirável mundo novo”.  Já A Conspiração dos Búzios foi editado com a ajuda do querido amigo Leonardo, um cara por dentro da época dos anos 70/80, muito inteligente e empreendedor cultural, além de ensaísta de renome. O seu tema é o movimento histórico que aconteceu na Bahia, paralelo à Inconfidência Mineira, de inspiração francesa do Iluminismo, conhecido como Revolução dos Alfaiates. Fiz também a edição pessoal de um livro de poemas em 2006, minha Antologia Poética, e não escrevi mais porque infelizmente detonaram o ensino público no Brasil e os leitores hoje são raros. Todos os meus livros estão esgotados e estou querendo reeditar o Morcegos. Complicado escrever em um país onde o analfabetismo funcional cresceu e prosperou!

8. Como mencionado, na década de 80 sua produção foi primariamente acadêmica e de divulgação. Você organizou uma Antologia de novíssima poesia brasileira, publicada em Lisboa, e que pretendia apresentar a poética das vanguardas brasileiras ao público europeu e africano; e viajou para Angola para estudar as literaturas africanas nos países que tinham recentemente saído do controle colonial português, experiência que resultou em sua dissertação de mestrado, Influências da literatura brasileira nas literaturas africanas de língua portuguesa. É possível ver na sua obra poética um prenúncio desse interesse pelas literaturas pós-coloniais africanas?

R: Ao encontrar em Portugal as bibliotecas Ultramarinas e conhecer pessoalmente escritores das ex-colônias, descobri que Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga em Angola, e outros poetas da Inconfidência, como Alvarenga Peixoto, estiveram na base fundadora das literaturas africanas nestas então colônias, e tive a ideia central do meu ensaio, que se confirmou com nossa influência também no século XIX.  Recebi influências importantes lendo  estes autores africanos, alguns de alto nível literário e estético.

9. Por fim, para arrematar a entrevista, quais autores você mencionaria como essenciais para a escrita de Urubu-Rei?

R: A primeira influencia foi a leitura de Os sertões, de Euclides da Cunha, quando estava no ginásio e tinha menos de 15 anos. Depois veio Oswald e Mario de Andrade, e os poetas concretistas e experimentais. Também nunca deixei de ler e admirar os poetas românticos do passado!





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